Rua Major Zé Francisco: essa rua conta Nossa História

A rua Major Zé Francisco é um dos mais antigos logradores de nossa cidade; ela tem início na rua Eremita Sampaio, (sudoeste),

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A rua Major Zé Francisco é um dos mais antigos logradores de nossa cidade; ela tem início na rua Eremita Sampaio, (sudoeste), tangencia a praça Dr. Cartaxo, termina na praça Gersa Alencar, (noroeste). É uma homenagem ao político, agropecuarista e industrial José Francisco de Sousa; casado com Joaquina Ponciano de Oliveira (dona Quinó); Zé Francisco nasceu 1862, em São José de Piranhas, Paraíba – faleceu 1927, em Mauriti. Deixou uma prole de sete filhos: Emídio de Sousa Leite; Pergentino Sousa Leite; Maria de Sousa Leite (Mariquinha); Ambrosina de Sousa Leite; Francisca de Sousa Leite; Pedro de Sousa Leite (Pedro Leite); Raimunda de Sousa Leite (Mundinha).

Os filhos buscaram seguir o caminho do pai: Emídio e Pergentino administraram uma usina de beneficiamento de caroá (Neoglaziovia variegata) no distrito de São Miguel, na década de 1930/40, desativada nos anos 1941/42, após acidente com um funcionário de nome Joaquim, residente na propriedade Buenos Aires, de Emídio Leite, tida esta por herança do major Zé Francisco. Emídio foi candidato a prefeito de Mauriti no pleito de 1937, mas não logrou êxito; Maria de Sousa Leite (Mariquinha), casou com o primo Teodorico de Sousa Leite, agropecuarista, empresário do ramo de beneficiamento de algodão e chefe político em Mauriti; o genro e sobrinho, Teodorico, seguiu as pegadas do sogro, tanto no mundo empresarial, quanto na política, nessa foi vereador e o terceiro prefeito do município de Mauriti.

Coronel Zé Francisco, proprietário das fazendas Buenos Aires e Panasco, foi empreendedor industrial, instalou em Mauriti a primeira beneficiadora de algodão, em sociedade com o pernambucano de Exu, Henrique Pereira de Alencar que fincou raízes nas terras mauritienses, ao casar com  dona Maria Ponciano de Oliveira, cunhada do Major Zé Francisco; este foi político atuante e altivo, vereador pelo distrito de Mauriti, em 1915, presidente da Câmara Municipal de Milagres, quando a autonomia de Mauriti foi suprimida pelo decreto nº 257, de 20/09/1895, a pedido da nossa Câmara Municipal, portanto, quando foi “suprimida a decisão de Mauriti como município”. Zé Francisco foi delegado de polícia em Mauriti, em anos que o cangaço se espraiou pelas terras carirenses. Conta seu neto Paulo Nertan: “meu avô era delegado da cidade. Houve uma época em que Lampião gozava das graças do delegado…; transitava livremente por Mauriti, sem nenhuma incompatibilidade entre os dois…; podia-se dizer que eram amigos. Minha mãe, Nazinha Estrêla Leite, me contava muitos episódios interessantes da época…; ela me contou que certa vez, o delegado recebeu um bilhete da vila de Espírito Santo, informando que Lampião estava arranchado nas imediações, ameaçando os paraibanos que lá estavam assistindo à festa do padroeiro da vila…; meu pai, Pergentino de Sousa Leite, foi o escolhido para ir falar com Lampião, que o recebeu cordialmente, ao qual meu pai levou o seguinte recado do delegado…: “Capitão, meu pai, José Francisco de Sousa, seu amigo, delegado de Mauriti, manda lhe pedir que não faça nada contra os paraibanos, que são nossos amigos…”; depois de mais alguma conversa dos dois, Lampião e seu bando, dizendo que já estavam de saída, pedindo que meu pai os indicasse a saída para o Estado de Pernambuco…”

A rua Major Zé Francisco era um misto de comércio e residências: no quarteirão que dava fundos para o mercado, prédios comerciais: as bodegas de Zé Maria e Antônio Cartaxo Melo, o armazém de Antônio (Toinho) dos Anjos, as mercearias de Raimundo Lopes, seu Doca, Zé Arlindo; bares de Manoel de Gertrudes, Zé Cazuza/ Zé Nami; no quarteirão a noroeste a residência e farmácia de dr. Oscar Sobral; casa de José Leite da Costa, chefe político do PSD, vereador e prefeito de Mauriti; residências de seu Narciso, João Araújo, comerciante e político, foi vereador de Mauriti; Antônio Dodô, comerciante e agricultor; professora Sula Leite, Zé Alves, Henrique Ramalho, casa das irmãos Lacerda, Zé Lacerda e dona Lili; Arari Sobral, protético; casa de Zé Galdino, onde moraram: dr. Elias Leite, prefeito de Mauriti e procurador do Estado; dr. Jaime, juiz de Mauriti, dr. De Assis Ramalho advogado e cunhado de Arari Sobral; casa de Epitânio Leite, pai das irmãs Ancila, Giselda e Olga; residência de Cesar Nascimento, Casa Paroquial e o Ginásio Paroquial de Mauriti, fundado pelo padre Valdir Sobreira Leite, filho de Milagres, grande empreendedor: criou a Escola Normal Rural, promoveu a primeira vaquejada, a escola radiofônica e foi um dos baluartes para a vinda da energia elétrica para Mauriti; vizinho do colégio Zé Dantas e Domingo Janoca; no lado frontal ao colégio, na Zé Francisco, residências de João Augusto de Lacerda, Caubi Sobral, Senhor Martins, bangalô seu Bidú, uma casa em éle, calçada interna e jardim que contorna a frente da casa; e o casarão de José Nazário de Lacerda, onde funcionou as escolas reunidas estadual, com as mestras Argina de Araújo Lima, Auristela de Araújo Lima e a professora Sula Leite; ainda no século vinte funcionou nesse prédio: o escritório da Citibras e a agência do banco do brasil. 

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