Ao se iniciar as démarches para a escolha de candidatos à presidência da Câmara Municipal, o prefeito Isaac Júnior, segundo comentários, em atitude à Pilatos, lavou as mãos, deixou com os vereadores Celminha, Deusivan e Virgínia, a responsabilidade de conquistarem um vereador da oposição para pacificar a escolha e compor a chapa da situação. Seus vereadores foram a caça: negociações, promessas, narrativas não publicáveis, além da disputa Inter Corpus que sempre deixa arranhões entre os presidenciáveis. Sabemos, todavia, que há critérios mais racionais, menos danosos para esse tipo de escolha: mandatos conquistados como vereador, a permanência na câmara como vereador (a), tempo de filiação no partido, não ter exercido cargo importante nas gestões petistas, entre outros. Se diz, igualmente, que a sabedoria do líder é manter a coesão de seus liderados, evitar que oportunistas aproveitem a disputar entre companheiros para tirar proveito, incensar o novo poder e se locupletar em futuro breve. Nesse sentido, chama atenção o pensador espanhol Gregório Marañón: “Os poderosos devem saber que à sombra deles cresce, inevitavelmente, mais perigoso que a inveja, o ressentimento daqueles mesmos que vivem dos seus favores”. Eu digo ou que viveram de seus favores.
FRANCISCO CARTAXO MELO