Elio Gaspari e a Moralidade Nacional

EREMILDO, O IDIOTA Eremildo é um idiota e acredita ter percebido um padrão na defesa da moralidade pública e na sua vulnerabilidade.

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EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e acredita ter percebido um padrão na defesa da moralidade pública e na sua vulnerabilidade.

De uma maneira geral, o cidadão começa a delinquir no ano Zero. No ano Um, o doutor é exposto, mas nega os malfeitos. No ano Dois, ele começa a ser investigado. No ano Cinco, se a culpa é estabelecida, ele é condenado e vai para a cadeia, condenado a duras penas. Na pior das hipóteses, por volta do ano Dez é libertado por algum benefício, revisão ou indulto.

Livre, caso ele circule no andar de cima e disponha de bons advogados, no ano Quinze consegue na Justiça a anulação das penas a que foi condenado por motivos que nada têm a ver com a essência das malfeitorias.

As denúncias de irregularidades em quatro ministérios de hoje estão no ano Um.

Esse padrão só vale para o andar de cima, no de baixo a vítima fica na cadeia mesmo sem culpa formada.

MADAME NATASHA COM EREMILDO

Madame Natasha tem horror a Eremildo porque ele é um cretino confesso, mas associou-se a ele e concedeu uma de suas bolsas de estudo ao secretário-geral da Presidência, Márcio Macêdo, que atribuiu a um “erro formal” a viagem de três de seus assessores para festas em Sergipe, com passagens e diárias pagas pela Viúva.

Nas suas palavras: “Houve um erro formal do meu gabinete, erro de procedimento, e isso nunca mais se repetirá”.

“Natasha acredita que o doutor falou demais. Não precisava enfiar o “formal” na confissão. O erro seria formal se a trinca tivesse pedido passagens para Aracaju e tivessem sido mandados para Roraima”.

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