O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, tem se fechado em copas em meio ao indiciamento do ex-presidente pela Polícia Federal, na investigação que apura a tentativa de golpe de Estado.
Cid tem descrito sua rotina aos poucos aliados que lhe restaram. O militar relata estar completamente isolado e afastado dos membros de dentro e de fora da caserna, além de permanecer recluso e em contato com poucos amigos.
Segundo pessoas próximas de Cid, o tenente-coronel tem repetido que só torce para que “tudo acabe logo”, para que possa “recuperar o controle” de sua vida. O militar está usando tornozeleira eletrônica, não pode deixar sua residência à noite e nem ter contato com os demais investigados.
Cid ainda contou aos poucos amigos com quem fala que precisou fazer um “gerenciamento de crise” junto ao seu advogado Cezar Bitencourt. O episódio ocorreu depois do defensor dizer, em entrevista à jornalista Andréia Sadi, da Globonews, que Cid teria dito que Jair Bolsonaro sabia do plano para matar o presidente Lula arquitetado por militares e revelado pela Polícia Federal. Logo depois, Bitencourt voltou atrás, após receber uma ligação de Cid.
O ex-ajudante de ordens foi enfático ao negar, a interlocutores, ter dado essa informação no depoimento que concedeu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Cid garante que ele próprio não tinha conhecimento do plano, porque saiu antes que o tema fosse tratado na reunião, mas admitiu que o encontro aconteceu na residência do general da reserva e ex-ministro de Bolsonaro, o militar Walter Braga Netto.
Cid relatou ao ministro, porém, que Bolsonaro sabia do plano de um grupo de militares para dar um golpe e impedir a posse de Lula.
Fonte: O Globo por Bela Megale