Oposição à direita terá três candidatos e tem bolsonarismo como novidade
Derrotado no segundo turno nas últimas duas eleições para a Prefeitura de Fortaleza e no primeiro turno para o governo do Estado em 2022, o ex-deputado Capitão Wagner tenta finalmente assumir um posto no Executivo. Seu nome despontou depois de liderar um motim da Polícia Militar do Ceará entre 2011 e 2012.
A carreira dele na política foi de rápido crescimento: foi eleito vereador em 2012, eleito deputado estadual em 2014, chegou ao segundo turno do Executivo da capital em 2016, eleito deputado federal em 2018 e, por fim, foi derrotado três vezes: duas para a prefeitura e uma para o governo.
Capitão Wagner foi derrotado nas duas vezes em que tentou a candidatura à prefeitura; em 2022, ele foi derrotado pelo petista Elmano de Freitas no primeiro turno e ficou na segunda posição no confronto pelo governo do Estado Foto: Capitão Wagner via Facebook
Sem mandato, Wagner assumiu a Secretaria de Saúde de Maracanaú, que tem a segunda maior arrecadação no Estado. Muitas das críticas feitas a ele nos pleitos aos Executivo no Ceará passavam pela falta de experiência dele no setor.
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Na última campanha para o governo, mesmo com identificações sobretudo no campo da segurança pública, Wagner apostou em esconder o nome de Bolsonaro, temendo a rejeição do ex-presidente no Estado.
Monalisa Soares, pesquisadora da UFC, crê que ele chega com o cenário eleitoral mais complexo. “Ele vai enfrentar duas máquinas expressivas: a da prefeitura (PDT) e a do governo do Estado (PT)”, diz. “A não ser que ele construa pactos de não-agressão com essas forças políticas ou consiga conquistar outros partidos, para ele está mais complexo. Ele ainda perde braço político de aliados, que seria o grupo ideológico do bolsonarismo. É mais difícil ter viabilidade.”
Isso porque o bolsonarismo terá dois de seus principais nomes. André Fernandes (PL) e Eduardo Girão (Novo). Fernandes, de apenas 26 anos, já tem uma carreira de vitórias eleitorais.
Ex-youtuber, ele se tornou um dos principais bolsonaristas do Ceará. Foi eleito deputado estadual em 2018 e deputado federal em 2022. No primeiro ano de mandato em Brasília, ele foi o autor e principal mobilizador da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, um tiro que, no fim, saiu pela culatra. Bolsonaro foi um dos nomes com pedido de indiciamento no relatório final.
Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal concluiu que o deputado incitou a prática de crimes no dia 8 de janeiro. Em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a PF destacou uma publicação em que ele chama manifestantes para participarem do “primeiro ato contra o governo Lula”, dois dias antes.
Ele também publicou uma foto de um golpista com uma porta vandalizada com o nome de Alexandre de Moraes. “Quem rir, vai preso”, escreveu.
Jair Bolsonaro ao lado de André Fernandes, um dos principais nomes do bolsonarismo na Câmara dos Deputados Foto: Marcos Corrêa/PR
André Fernandes foi um dos articuladores pela saída de Yury do Paredão (CE) – um deputado da mesma sigla que apoiava Lula e fez o “L” – da legenda. Agora, ele tenta apostar na força do ex-presidente para assumir a Prefeitura de Fortaleza.
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Há, porém, outro nome em jogo: Eduardo Girão, senador, que também defende pautas bolsonaristas, foi membro da CPMI e aposta no capital político para vencer o pleito. Ele foi presidente do Fortaleza Esporte Clube e será uma candidatura alternativa do bolsonarismo. No ato de lançamento de sua pré-candidatura, em novembro do ano passado, o próprio André Fernandes esteve presente.
“O cidadão fortalezense está vendo, nos últimos anos, uma sucessão de nomes de uma oligarquia, do PT e do PDT. Agora, estão posicionando propostas diferentes. Isso não entra na cabeça de ninguém”, diz Girão. “Acredito que o cidadão vai apostar em algo novo. Por isso estou colocando o meu nome.”
Ele acredita que a divisão entre candidatos de direita não deve causar danos a nenhum deles. “Acredito que quanto mais pré-candidaturas, melhor. Quem quer renovar, é um desses candidatos, de espectro mais à direita, conservador. Estamos sempre conversando, eu, Capitão Wagner, André Fernandes”, afirma.
Oposição à direita terá três candidatos e tem bolsonarismo como novidade
Derrotado no segundo turno nas últimas duas eleições para a Prefeitura de Fortaleza e no primeiro turno para o governo do Estado em 2022, o ex-deputado Capitão Wagner tenta finalmente assumir um posto no Executivo. Seu nome despontou depois de liderar um motim da Polícia Militar do Ceará entre 2011 e 2012.
A carreira dele na política foi de rápido crescimento: foi eleito vereador em 2012, eleito deputado estadual em 2014, chegou ao segundo turno do Executivo da capital em 2016, eleito deputado federal em 2018 e, por fim, foi derrotado três vezes: duas para a prefeitura e uma para o governo.
Capitão Wagner foi derrotado nas duas vezes em que tentou a candidatura à prefeitura; em 2022, ele foi derrotado pelo petista Elmano de Freitas no primeiro turno e ficou na segunda posição no confronto pelo governo do Estado Foto: Capitão Wagner via Facebook
Sem mandato, Wagner assumiu a Secretaria de Saúde de Maracanaú, que tem a segunda maior arrecadação no Estado. Muitas das críticas feitas a ele nos pleitos aos Executivo no Ceará passavam pela falta de experiência dele no setor.
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Na última campanha para o governo, mesmo com identificações sobretudo no campo da segurança pública, Wagner apostou em esconder o nome de Bolsonaro, temendo a rejeição do ex-presidente no Estado.
Monalisa Soares, pesquisadora da UFC, crê que ele chega com o cenário eleitoral mais complexo. “Ele vai enfrentar duas máquinas expressivas: a da prefeitura (PDT) e a do governo do Estado (PT)”, diz. “A não ser que ele construa pactos de não-agressão com essas forças políticas ou consiga conquistar outros partidos, para ele está mais complexo. Ele ainda perde braço político de aliados, que seria o grupo ideológico do bolsonarismo. É mais difícil ter viabilidade.”
Isso porque o bolsonarismo terá dois de seus principais nomes. André Fernandes (PL) e Eduardo Girão (Novo). Fernandes, de apenas 26 anos, já tem uma carreira de vitórias eleitorais.
Ex-youtuber, ele se tornou um dos principais bolsonaristas do Ceará. Foi eleito deputado estadual em 2018 e deputado federal em 2022. No primeiro ano de mandato em Brasília, ele foi o autor e principal mobilizador da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, um tiro que, no fim, saiu pela culatra. Bolsonaro foi um dos nomes com pedido de indiciamento no relatório final.
Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal concluiu que o deputado incitou a prática de crimes no dia 8 de janeiro. Em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a PF destacou uma publicação em que ele chama manifestantes para participarem do “primeiro ato contra o governo Lula”, dois dias antes.
Ele também publicou uma foto de um golpista com uma porta vandalizada com o nome de Alexandre de Moraes. “Quem rir, vai preso”, escreveu.
Jair Bolsonaro ao lado de André Fernandes, um dos principais nomes do bolsonarismo na Câmara dos Deputados Foto: Marcos Corrêa/PR
André Fernandes foi um dos articuladores pela saída de Yury do Paredão (CE) – um deputado da mesma sigla que apoiava Lula e fez o “L” – da legenda. Agora, ele tenta apostar na força do ex-presidente para assumir a Prefeitura de Fortaleza.
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Há, porém, outro nome em jogo: Eduardo Girão, senador, que também defende pautas bolsonaristas, foi membro da CPMI e aposta no capital político para vencer o pleito. Ele foi presidente do Fortaleza Esporte Clube e será uma candidatura alternativa do bolsonarismo. No ato de lançamento de sua pré-candidatura, em novembro do ano passado, o próprio André Fernandes esteve presente.
“O cidadão fortalezense está vendo, nos últimos anos, uma sucessão de nomes de uma oligarquia, do PT e do PDT. Agora, estão posicionando propostas diferentes. Isso não entra na cabeça de ninguém”, diz Girão. “Acredito que o cidadão vai apostar em algo novo. Por isso estou colocando o meu nome.”
Ele acredita que a divisão entre candidatos de direita não deve causar danos a nenhum deles. “Acredito que quanto mais pré-candidaturas, melhor. Quem quer renovar, é um desses candidatos, de espectro mais à direita, conservador. Estamos sempre conversando, eu, Capitão Wagner, André Fernandes”, afirma.
ESPAÇO CARIRI