O Lixão da Palestina tem se constituído em ditirambo para o discurso fácil, a promessa inexequível, o palanque para engabelar os tolos: foi assim com a promessa do PT, de realizar uma obra revolucionária, resultado, produziu um enclave de poluição; Palestina ficou à mercê da fumaça, do chorume, da fedentina, da degradação do solo, dentre ouros malefícios; o candidato Sávio Martins (2020) passeou sobre o lixão, prometeu transferi-lo para outro lugar, foi realista e menos audacioso; agora temos o sr. Welligton Nova Onda, promete um aterro sanitário, coleta de lixo diferenciada, algo, tecnologicamente, moderno, para tanto se expõe fazendo sua narrativa de dentro do Aterro Sanitário de Santo André. (população 748.919 pessoas, receita municipal, 2022 $ 3.682.214.116,87). Nova Onda, viajou a São Paulo, fez vídeo, etc., mas esqueceu de informar quanto custa a implantação de um aterro sanitário, que o funcionamento do mesmo, exige uma quantidade mínima de produção de lixo, que o aterro sanitário para funcionar, obrigatoriamente, exige a participação da iniciativa privada, porque os municípios não possuem recursos suficientes para mantê-lo, nem expertise para fazer sua gestão.
A fundação Getúlio Vargas realizou um estudo para implantação de um ATERRO SANITÁRIO, os custos das etapas de viabilização desse tipo de equipamento: GRANDE, em torno de 600 milhões de reais; MÉDIO, em torno de 250 milhões de reais; aterro de PEQUENO PORTE, em torno de 53 milhões de reais. Mauriti (população 45.561 pessoas, receita em 2022, $ 149.732.931,59); pela produção de lixo diária, não comporta nem um aterro de pequeno porte, mesmo assim, se suportasse, não tem recursos para tanto. Pois, em 2022, 83% da receita total do município de Mauriti são transferências, em um total de 77 itens de receita, apenas 17% são receitas próprias, isto é: $ 25.454.598,36, que pode ser usada com mais flexibilidade; como quase todas as transferências governamentais são “carimbadas”, só podem ser usadas para determinado fim, o gestor municipal não tem liberdade para usá-las ao seu bel prazer. Isto posto, podemos dizer que em face da rigidez orçamentária, e do alto custo para construir e manter ATERRO SANITÁRIO, os gestores públicos, de pequenas e médias cidades, tem buscado outras soluções, os CONSÓRCIOS: um exemplo é a Associação dos Catadores de Várzea Alegre, “experiências exitosas com relação a essa importante política pública ambiental de inserção dos Catadores na cadeia produtiva do manejo dos resíduos sólidos, obrigação a qual o CONSÓRCIO está vinculado, bem como para aprendizado quanto ao modelo de gestão a ser aplicado às Centrais Municipais de Resíduos – CMRs”. Portanto, não necessariamente, era preciso o senhor Wellington se deslocar a São Paulo, para aprender sobre gestão de lixo. Aqui, bem pertinho, em Várzea Alegre, temos uma experiência EXITOSA que se adequa melhor a nossa realidade.
O senhor Nova Onda tem que se informar melhor sobre o Ceará, conhecer nossos conquistas e avanços, se libertar do sentimento colonialista de que tudo em São Paulo é melhor. Do contrário, a Nova Onda, quando chegar em 2024, pode se transformar, apenas, em uma marolinha. (ondulação natural na água do mar).
CARTAXO MELO ECONOMISTA DA IPLANCE/SEPLAG E PROFESSOR DA UECE APOSENTADO