A rua José Quintino Leite, ao prestar homenagem ao ex-tabelião, e
ex-coletor, filho ilustre de Mauriti, homenageia, sobremodo, seu pai,
Quintino Santanna Leite, baiano, jovem estudante de Medicina, nascido
em Jacobinaba, no ano de 1850; faleceu em Mauriti em 1927; o estudante de
Medicina em trânsito pelas terras do Cariri, conheceu e se encantou com a
jovem Ana, filha de um abastardo agropecuarista de nome Isidro Gonçalves
Braga de Quental que ao intransigir, enquanto pode, evitava que sua filha
contraísse matrimonio com aquele forasteiro. No entanto, sua resistência
contrária ao enlace matrimonial de sua filha não prosperou. O jovem Quintino
largou o curso de Medicina, se radica em Mauriti, atendeu ao apelo do seu
coração, casando-se com Ana, do casamento, o casal constituiu uma família
de nove filhos: José Quintino, o homenageado, Alcides, Epitácio,
Epitânio, Elpídia, Lormina, Euclides, Ursulina, Joanna (Sinhá) .
Quintino de Santanna Leite, pai de José Quintino, instalara-se no modesto
povoado de Mauriti, abre a primeira farmácia da vila, com o nome de
Pharmácia e Drogaria Quintino de Sant’Anna Leite, sendo seu titular e o
primeiro farmacêutico; a medida que fazia a venda de remédios
industrializados, manipulava outros tantos e praticava a Medicina no
atendimento as populações residentes; como católico e cristão devotado
promovia benefícios sociais, atendendo as comunidades pobres, já que a
localidade não disponha de outros meios de assistência à saúde, realizava:
consultas, partos, pequenas cirurgias; sua atuação ultrapassava as fronteiras
de Mauriti. Residia á rua Capitão Miguel Dantas, ao lado da igreja de Nossa
Senhora da Conceição, onde acolhia os excluídos da época, dando-lhes total
assistência. José Quintino nasceu e se criou nesse ambiente cristão e
filantrópico, convivendo com seres humanos como: Zé Pelado, Isidoro, Antônio
Nicolau, Amélia e Brasiliano, figuras, socialmente, apartadas da comunidade,
que à época, compunham tipos folclóricos como diferencial da paisagem
humana do Mauriti de então. (¹)
A rua José Quintino tem início na Marechal Floriano, se estendendo até a
avenida Dr. Fernandes Teles Cartaxo; essa rua que por muito tempo teve seu
desenho urbanístico composto de um lado por quintais das casas com frente
para Capitão Miguel Dantas e fundos para a José Quintino; as casas frontais à
rua, na sua maioria, de porte singular, arranjadas ao lado de pequenos prédios
comerciais, pontuados por residências mais destacadas como a de Cícero de
Mundó, Tota Simão que ao longo do tempo foram sendo avizinhadas por
edificações maiores.
Até 1965 a José Quintino Leite encontrava-se interceptada no cruzamento com
a Benjamim Constant pela residência do sr. Antônio Inácio de Oliveira que foi
retirada pelo prefeito Fernandes Teles Cartaxo, após indenizar o imóvel por
cem mil cruzeiros, lei nº 74 de 12 de novembro de 1965, abrindo-a na direção
sudoeste. A partir de 1965 a José Quintino começou a mudar sua configuração
arquitetônica: com o prédio do Mercado de Carnes, onde funciona o Sindicato
dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, tendo ao noroeste o Parque Infantil,
hoje praça Padre Cícero; a sudoeste a Praça Oscar Sobral; mais adiante o
Sorema Clube, prédios da Citebras, Pingo D`´agua, Shopping Carpe dien,
atacadão de Zé Claúdio, além de muitos prédios que foram pontuando ao longo
do tempo: residências e pontos comerciais.
(1) matéria inspirada no texto: Quem foi Quintino de Santanna Leite,
elaborado por seu neto Geraldo Leite,