Rua Henrique Alencar: essa rua conta Nossa História

 A rua Henrique Pereira de Alencar intercepta à Chagas Sampaio, a altura do cartório do 2º ofício, a partir do qual se

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 A rua Henrique Pereira de Alencar intercepta à Chagas Sampaio, a altura do cartório do 2º ofício, a partir do qual se estende até o início da CE – 152, estrada que liga Mauriti ao distrito de Palestina, no final da antiga rua da Lama (atual Augusto Leite).
Ao sair de Exu, Pernambuco, nas primeiras décadas do século XX, Alencar passa pelo Juazeiro, toma a benção ao Padre Cícero e indaga que caminhos deveria trilhar, o Padre o abençoou e aconselha que se estabeleça em Mauriti; essa estória se constitui narrativa familiar que concede ao Padre o dom de vaticinar o futuro e transforma o Juazeiro em oráculo que determinou muitos destinos. Assim, Alencar acolhe a orientação do Padre, se estabelece em Mauriti: primeiro negociando com abate de pequenos animais, para em seguida se associar em negócio com o Major Zé Francisco; os dois implantaram a atividade de beneficiamento de algodão no município, instalaram a primeira bolandeira de descaroçamento de algodão, na antiga rua da Lama, hoje bairro Dom Bosco; uma engenhoca rústica que consistia em uma prensa, movida a tração animal ou pela força de homens que impulsionavam as manjaras acopladas a bolandeira, e esta conectada a prensa, onde se enfardava o algodão. Era mais um empreendedor que chegando a Mauriti, se irmanava aos nativos na busca do progresso para nossa cidade, o que torna a homenagem a Henrique Pereira de Alencar um merecido galardão, pois além do espírito empreendedor, Alencar deixou em Mauriti uma família que deu exemplo de honestidade e trabalho: Elias Alencar (tio Lia); Israel Alencar esposo de dona Mundinha Morais; Ana Alencar (Donana) esposa de Chico Alves, primeiro casamento; Florentina Alencar esposa do primeiro casamento de Teodomiro Morais (seu Miro); dona Maroquinha primeira vereadora de Mauriti, década de 1930, viúva de Fausto Alexandre.
A Henrique Alencar com início na Chagas Sampaio, em uma das esquinas era estabelecido seu Glicério Leite, com um bar, cuja estórias merecem ser registradas, na outra esquina prédio da prefeitura; na sequência vinha prédios de seu Mendim; no quarteirão frontal o muro da prefeitura municipal. Essa rua registra, nos anos quarenta – sessenta, atividades importantes para a organização e progresso do município: instalação do primeiro motor e gerador de energia elétrica para a iluminação pública (1948-1950), instalado no local onde hoje funciona o Bradesco; ao lado a Delegacia de Polícia; em frente funcionou o cartório eleitoral, onde trabalharam Vanda Tiburtino e Zuleide Leite, ladeando cartório as residências de José Soares e Zé Leite de Moura, vizinho o consultório médico do saudoso dr. Marcondes; escritório da indústria Otacílio Alexandre & J Gregório, na gerência Celso, logo após o escritório, residências de Antônio Francisco, casa de seu Glicério Leite, mais adiante o consultório odontológico de dr. Valdir; na parte frontal casas de apoio de um família de Umburanas, casa de João da Cruz, de Mariquinha Araújo, de Senhor Martins, do lado oposto residências de Eduardo Conrado, de dona Terezinha de Raimundo Lopes e prédios e escritório da firma de Zequinha dos Anjos; nos quarteirões seguintes, algumas residências, prédios comerciais e terrenos baldios. Os produtos comprados por Zequinha eram estocados em armazéns, na mesma rua, no quarteirão seguinte; em sequência vinha pequenos comércios, residências e terrenos baldios. A história da rua Henrique Alencar se constitui em um mural onde se registram vitórias das famílias que ali residiram e dos seus descendentes, que a reverenciam com saudade e guardam lembranças de um Mauriti mais bucólico.

-FRANCISCO CARTAXO MELO

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